segunda-feira, 4 de março de 2013

Orientação sobre mochila reduz peso transportado por estudantes




O melhor caminho para corrigir a postura das crianças em idade escolar, evitando futuros problemas de coluna, é fazer um trabalho de orientação para o uso da mochila com pais, professores e os próprios alunos. A conclusão está na pesquisa da fisioterapeuta Susi Mary de Souza Fernandes. 



A fisioterapeuta pesquisou o tipo de mochila mais usado, o peso transportado e o modo como as mochilas são transportadas por crianças de 7 a 11 anos, alunas da 1ª à 4ª séries do ensino fundamental. Após uma primeira avaliação, tanto as crianças quanto os pais e os professores assistiram a palestras de educação postural e os estudantes receberam orientações mensais por três meses.

No primeiro levantamento, constatou-se que 49,5% dos alunos usavam mochilas do modelo carrinho, e 46,5% utilizavam o modelo duas alças. “Os estudantes aprenderam, por meio de vivência prática, que a carga da mochila deve ter no máximo 10% de seu peso corporal, e que o transporte deve ser feito de modo simétrico, ou seja, nos dois ombros”, diz Susi.
 

Após a orientação postural, o uso da mochila de duas alças subiu para 60,6%, enquanto o do carrinho caiu para 33,3%. A fisioterapeuta aponta que o número de alunos que passaram a carregar a mochila nos dois ombros aumentou de 41,4% para 55,6% para ombro bilateral, e para transporte em mãos foi observada redução de 5,1% para 0%.
 


O peso transportado pelos alunos teve uma redução média de 2,66 quilos. “Na primeira avaliação, foram encontradas mochilas tipo carrinho com peso superior a 10 quilos (Kg), apesar de o material de uso diário exigido pela escola não ultrapassar 1,5 kg”, revela Susi. “Percebemos que o peso das mochilas diminuiu, o tipo de mochila mais utilizado passou a ser o de duas alças e o transporte passou para ombro bilateral.”

Os pais foram orientados a verificar a mochila das crianças freqüentemente, pois foi constatado que os alunos carregavam material além do exigido diariamente pela escola. Outro alerta feito aos pais é que, mesmo vazias, as mochilas tipo carrinho eram muito pesadas, e transportá-las de modo inadequado gerava sobrecarga, principalmente porque a escola possuía escadas para acesso à sala de aula.
 

Para os professores, foi sugerida a racionalização do material, bem como a adequação dos horários de aula, a fim de que as crianças pudessem organizar as mochilas. “Também foi levantada a necessidade de armários para armazenamento do material na própria escola”, completa a fisioterapeuta.
 

“Concluímos que as crianças recebem bem educação para hábitos de saúde e que medidas de educação devem ser implantadas para que as doenças de coluna no adulto possam ser evitadas”, ressalta Susi. A pesquisa faz parte da dissertação de mestrado da fisioterapeuta, orientada pela professora Raquel Aparecida Casarotto, do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da FMUSP.
 
Fonte: Agência Brasileira de Notícias de Saúde - Editoria de Saúde - Cacilda Luna
Imagem: emersonnolasco.blogspot.com e www.netkimonos.com.br

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